sábado, novembro 17, 2007


Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.


Alberto Caeiro, Ficções do Interlúdio y San Martin de Trevejo - Nacarada, Foto de Ángel Durán

Sem comentários: