domingo, março 30, 2008


Qué extraño animal es el hombre!

Nunca está en lo que tiene delante.

Nos acaricia sin que sepamos por qué,

y cuando le acariciamos más, y cuando más a él

nos rendimos, nos rechaza o nos castiga.


Miguel de Unamuno (1804 - 1936)
Lluviosos ojos que lluviosamente
me hacéis penas: lluviosas soledades,
balcones de las rudas tempestades
que hay en mi corazón adolescente.

Corazón cada día más frecuente
en para idolatrar criar ciudades
de amor que caen de todas mis edades
babilónicamente y fatalmente.

Mi corazón, mis ojos sin consuelo,
metrópolis de atmósfera sombría
gastadas por un río lacrimoso.

Ojos de ver y no gozar el cielo,
corazón de naranja cada día,
si más envejecido, más sabroso.

Miguel Hernández, El Rayo que no Cesa

quinta-feira, março 27, 2008






"Es mi más sincero admirador: Me quiere sin haberme leído jamás!"



Rudyard Kipling (1865 - 1936)


"Al envejecer siento que me vuelvo cada vez más perro, y siento que mi perro se vuelve cada vez más aristócrata."




Paul Claudel (1868 - 1955)
Foto de Ángel Durán

segunda-feira, março 24, 2008


VAGA, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando.
O meu passado não volta.
Não é o que estou chorando.


O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma,


E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.


Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.


Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem.


Fernando Pessoa, Poesias y Cloud, Foto de Ángel Durán



RIO

Volto a falar de ti, minha cidade,
com esta paixão cansada, em teimosia
de amar - te, de te amar a cada dia
e achar em cada canto uma saudade.


Cidade perfumada em maresia,
de contra - alísio no final do dia,
da paisagem que me encanta e me domina.


Não fossem os homens ambição, vaidade,
veriam sempre sobre esta cidade
a bênção da beleza que ilumina.


Marcia Agrau, Sob o Signo da Lua, Rio de Janeiro, Editorial Taurus, 1995.

domingo, março 23, 2008

Recados Para Orkut




AQUI na orla da praia, mudo e contente do mar,
Sem nada já que me atraia, nem nada que desejar,
Farei um sonho, terei meu dia, fecharei a vida,
E nunca terei agonia, pois dormirei de seguida.


A vida é como uma sombra que passa por sobre um rio
Ou como um passao na alfombra de um quarto que jaz vazio;
O amor é um sono que chega para o pouco ser que se é;
A glória concede e nega, não tem verdades a fé.


Por isso na orla morena da praia calada e só,
Tenho a alma feita pequena, livre de mágoa e de dó;
Sonho sem quase já ser, perco sem nunca ter tido,
E comecei a morrer muito antes de ter vivido.


Dêem - me, onde aqui jazo, só uma brisa que passe,
Não quero nada do acaso, senão a brisa na face;
Dêem - me um vago amor de quanto nunca terei,
Não quero gozo nem dor, não vida nem lei.


Só, no silêncio cercado pelo som brusco do mar,
Quero dormir sossegado, sem nada que desejar,
Quero dormir na distância de um ser que nunca foi seu,
Tocado do ar sem fragância da brisa de qualquer céu.


Fernando Pessoa, Poesias y Playa de Lapa [Galicia], Foto de Ángel Durán
Recados Para Orkut



FALA DO QUE FALEI

Vem de dentro de mim,
da chama oculta.
Não sei se brota, enfim,
da minha culpa,
não sei se escrevo, assim,
numa desculpa,
não sei do racional,
se passo ao largo.
Só sei que nasce aqui,
numa atitude.
Só sei que é por aqui
que posso e pude.
Só sei que é desse jeito
e sem embargo.

Marcia Agrau, Sob o Sigo da Lua, Rio de Janeiro, Editorial Taurus, 1995.

sábado, março 22, 2008

Recados Para Orkut









Deseo a todos una Feliz Semana Santa y una "Boa Páscoa".

APENAS ISSO

Eternidade.
Palavra feita da louca pretensão
de ser maior do que a fugacidade
do pouso rápido do homem cá na Terra.
Do que os micro passos leves que caminha
com os pés pequenos que, ingênuo, enterra
tentando vestigiar sua passagem,
tentando fixar sua imagem,
imortalizar sua mensagem
inutilmente.
Que a fúria dos tempos, em reverso,
não leva em conta
e nem aninha.
E, disciplicentemente,
deste ser pequenino, sem importância,
não pode ver a incontida ânsia.
Que a fúria dos tempos é impessoal e tonta.
Cega a todas as artes, cega ao verso,
aos nomes, aos homens.
Que são apenas
umam cor diversa
de poeira cósmica e cármica
nos recantos escuros do universo.

Marcia Agrau, Sob o Signo da Lua, Rio de Janeiro, Editora Taurus, 1995.

sexta-feira, março 21, 2008


SORRISO audível das folhas,
Não és mais que a brisa ali.
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.


Ri, e não olha de repente,
Para fins de não olhar,
Para onde nas folhas sente
O som do vento passar.
Tudo é vento e disfarçar.


Mas o olhar. de estar olhando
Onde não olha, voltou;
E estamos os dois falando
O que se não conversou.
Isto acaba ou começou?


Fernando Pessoa, Poesias y Fall#1, Foto de Ángel Durán

Si el hombre es de veras el rey de la Creación,

el perro puede, sin exagerar,

ser considerado al menos como el barón.



Alphonse Allais (1855 - 1905)



HIPÓTESE

Penso que penso
e, por isso,
penso
que existo.
Teimo em pensar
e nesse pensamento insisto.
Ah, filósofos!
Quem vos garante
-que essa base é fraca-
quem nos garante
a certeza de existir?
Podemos ser apenas pensamentos,
uns sonhos vagos perdidos pelo espaço
pedindo o merecimento de surgir,
brotar em vida real, concretizada,
podemos ser apenas mais um passo
de um pensamento maior,
de Deus pedaço,
dos tropeços, tentando evoluir...

Marcia Agrau, Sob o Signo da Lua, Rio de Janeiro, Taurus, 1995.

quinta-feira, março 20, 2008


GATO que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.


Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.


És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo - me e estou sem mim,
Conheço - me e não sou eu.


Fernando Pessoa, Poesias y Foto de Ángel Durán

quarta-feira, março 19, 2008


CONTEMPLO o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.


O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê - lo.
Não sei se dou feliz
Nem se desejo sê - lo.


Trémulos víncos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?


Fernando Pessoa, Poesias y Charca de Monje, Foto de Ángel Durán

segunda-feira, março 17, 2008


Sol nulo dos dias de vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!


Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externoo calor brando
O frio da alma disfarce!


Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá - nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém!


Fernando Pessoa, Poesias y Resignación?, Foto de Ángel Durán

domingo, março 16, 2008


El pensador de Rodin


A Laura Rodig.


Con el mentón caído sobre la mano ruda,
el Pensador se acuerda que es carne de la huesa,
carne fatal, delante del destino desnuda,
carne que odia la muerte, y tembló de belleza.


Y tembló de amor, toda su primavera ardiente,
y ahora, al otoño, anégase de verdad y tristeza.
El "de morir tenemos" pasa sobre su frente,
en todo agudo bronce, cuando la noche empieza.


Y en angustia, sus músculos se hienden, sufridores.
Los surcos de su carne se llenan de terrores.
Se hiende, como la hoja de otoño, al Señor fuerte


que le llama en los bronces...
Y no hay árbol torcidode sol en la llanura, ni león de flanco herido,
crispados como este hombre que medita en la muerte.


Gabriela Mistral, Vida

"Historiador: bisbilhoteiro em larga escala."


Ambrose Bierce, escrito (1842 - 1914)

sexta-feira, março 14, 2008


LA BAILARINA


La bailarina ahora está danzando
la danza del perder cuanto tenía.
Deja caer todo lo que ella había,
padres y hermanos, huertos y campiñas,
el rumor de su río, los caminos,
el cuento de su hogar, su proprio rostro
y su nombre, y los juegos de su infancia
como quien deja todo lo que tuvo
caer de cuello, de seno y de alma.


En el filo del día y el solsticio
baila riendo su cabal despojo.
Lo que avientan sus brazos es el mundo
que ama y detesta, que sonríe y mata,
la tierra puesta a vendimia de sangre
la noche de los hartos que no duermen
y la dentera del no ha posada.


Sin nombre, raza, ni credo, desnuda
de todo y de si misma, da su entrega,
hermosa y pura, de pies voladores.
Sacudida como árbol y en el centro
de la tornada, vuelta testemonio.


No está danzando el vuelo de albatroses
salpicados de sal y juegos de olas;
tampoco el alzamiento y la derrota
de los cañaverales fustigados.
Tampoco el viento agitador de velas,
ni la sonrisa de las altas hierbas.


El nombre no le den de su bautismo.
Se soltó de su casta y de su carne
sumió la canturía de su sangre
y la balada de su adolescencia.


Sin saberlo le echamos nuestras vidas
como una roja veste envenenada
y baila así mordida de serpientes
que alácritas y libres la repechan,
y la dejan caer en estandarte
vencido o en guirnalda hecha pedazos.


Sonámbula, mudada en lo que odia,
sigue danzando sin saberse ajena
sus muecas aventado y recogiendo
jadeadora de nuestro jadeo,
portando el aire que no refresca
única y torbellino, vil y pura.


Somos nosotros su jadeado pecho,
su palidez exangue, el loco grito
tirado hacía el poniente y ell levante
la roja calentura de sus venas,
el olvido de Dios de sus infancias.


Gabriela Mistral, Locas Mujeres

quinta-feira, março 13, 2008

LA ANSIOSA

Antes que él eche a andar, está quedado
el viento Norte, hay una luz enferma,
el camino blanquea en brazo muerto
y, sin gracia de amor, pesa la tierra.

Y cuando viene, lo sé por el aire
que me lo dice, alácrito y agudo;
y abre mi grito en la venteada un tubo
que la mima y le cela los cabellos,
y le guarda los ojos del pedrisco.

Vilano o junco ebrio parecía;
apenas era y ya no voltijea;
viene más puro que el disco lanzado,
más recto, más que el albatrós sediento,
y ahora ya la punta de mis brazos
afirman su cintura en la carrera...

Pero ya saben mi cuerpo y mi alma
que viene caminando por la raya
amoratada de mi largo grito,
sin enredarse en el fresco glorioso
ni relajarse en los bancos de arena.

Cómo no ha de llegar si me lo traen
los elementos a los que fui dada?
El agua me lo alumbra en los hondones,
el fuego me lo urge en el poniente
y el viento Norte aguija sus costados.

Mi grito vivo no se relaja;
ciego y exacto lo alcanza en los riscos.
Avanza abriendo el matorral espeso
y al acercarse ya suelta su espalda,
libre lo deja y se apaga en mi puerta.

Y ya no hay voz cuando cae a mis brazos
porque toda ella quedó consumida,
y este silencio es más fuerte que el grito
si así nos deja con los rostros blancos.

Gabriela Mistral, Locas Mujeres

quarta-feira, março 12, 2008

LA ABANDONADA

A Emma Godoy.

Ahora voy a aprenderme
el país de la acedía,
y a desaprender tu amor
que era la sola lengua mía,
como río que olvidase
lecho, corriente y orillas.

Por qué trajiste tesoros
si el olvido no acarrearías?
Todo me sobra y yo no me sobro
como traje de fiesta para fiesta no habida;
tanto, Dios mío, que me sobra
mi vida desde el primer día!

Denme ahora las palabras
que no me dio la nodriza.
Las balbucearé demente
de la sílaba a la sílaba:
palabra "expolio", palabra "nada"
y palabra "postrimería",
aunque se tuerzan en mi boca
como las víboras mordidas!

Me he sentado a mitad de la Tierra,
amor mío, a mitad de la vida,
a abrir mis venas y mi pecho,
a mondarne en granada viva,
y a romper la caoba roja
de mis huesos que te querían.

Estoy quemando lo que tuvimos:
los anchos muros, las altas vigas,
descuajando una por una
las doce puertas que abrías
y cegando a golpes de hacha
el aljibe de la alegría.

Voy a esparcir, voleada,
la cosecha ayer cogida,
a vaciar odres de vino
y a soltar aves cautivas;
a romper como mi cuerpo
los miembros de la "masía"
y a medir con brazos altos
la parva de las cenizas.

Cómo duele, cómo cuesta,
cómo eran las cosas divinas,
y no quieren morir, y se quejan muriendo,
y abren sus entrañas vívidas!
Los leños entienden y hablan,
el vino empinándose mira,
y la banda de pájaros sube
torpe y rota como neblina.

Venga el viento, arda mi casa
mejor que bosque de resinas;
caigan rojos y sesgados
el molino y la torre madrina.
Mi noche, apurada del fuego,
mi pobre noche no llegue al día!

Gabriela Mistral, La Abandonada

sábado, março 08, 2008

Dia de la Mujer! Un día para recordarlo todos los días. Un día para acordarnos cuando muere una mujer más vítima de violencia de género. Violencia que ya sale a la calle. Violencia conocida ya por todo el mundo...Una violencia que no puede ser impune y oculta por todos...
Un día para acordarnos cuando una mujer sufre descriminaciones sexuales, laborales, etc... Descriminaciones conocidas ya por todo el mundo... Una violencia que no puede ser impune, ocultada por todos.
Basta ya!
Día de la mujer!Un buen día para empezar con una serie de poemas (I Parte) dedicados a la mujer de Gabriela Mistral.

LA OTRA

Una en mí maté:
yo no la amaba.

Era la flor llameando
del cactus de montaña;
era aridez y fuego;
nunca se refrescaba.

Piedra y cielo tenía
a pies y a espaldas
y no bajaba nunca
a buscar "ojos de agua"

Donde hacía su siesta,
las hierbas se enroscaban
de aliento de su boca
y brasa de su cara.

En rápidas resinas
se endurecía su habla,
por no caer en linda
presa soltada.

Doblarse no sabía
la planta de montaña,
y al costado de ella,
yo no me doblaba...

La dejé que muriese,
robándole mi entraña.
Se acabó como el águila
que no es alimentada.

Sosegó el aletazo,
se dobló, lacia,
y me cayó a la mano
su pavesa acabada...

Por ella todavía
me gimen sus hermana,
y las gredas de fuego
al pasar me desgarran.

Cruzando yo les digo:
- Buscad por las quebradas
y haced con las arcillas
otra águila abrasada.

Si no podéis, entonces,
ay!, olvidadla.
Yo la maté. Vosotras
también matadla!

Gabriela Mistral, Locas Mujeres

terça-feira, março 04, 2008


PALOMAS

En la azotea de mi siesta
y al mediodía que la agobia,
dan conchitas y dan arenas
las pisadas de las palomas...

La siesta blanca, la casa terca
y la enferma que abajo llora,
no oyen anises ni pespuntes
de estas pisadas de palomas.

Levanto el brazo con el trigo,
vieja madre consentidora,
y entonces canta y reverbera
mi cuerpo lleno de palomas.

Tres me sostengo todavía
y les oigo la lucha ronca,
hasta que vuelan avantadas
y me queda paloma sola...

No sé las voces que me llaman
ni la siesta que me sofoca:
epifanía de mi falda,
Paloma, Paloma!

Gabriela Mistral, Criaturas