quarta-feira, março 19, 2008


CONTEMPLO o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.


O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê - lo.
Não sei se dou feliz
Nem se desejo sê - lo.


Trémulos víncos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?


Fernando Pessoa, Poesias y Charca de Monje, Foto de Ángel Durán

Sem comentários: